Nasce a 20 de maio de 1789, em Marlhes, aldeia de montanha da França. A Revolução acaba de estourar. Ele é o nono filho de uma família cristã. Sua mãe e sua tia religiosa, expulsa do convento, despertam nele fé sólida e profunda devoção a Maria. Seu pai, agricultor e comerciante, possui instrução acima da média. Transmite a Marcelino a habilidade para os trabalhos manuais, o gosto pelo trabalho, o senso das responsabilidades e a abertura às ideias novas.
Quando Marcelino tem 14 anos, um padre o visita e lhe faz descobrir que Deus o chama à vocação sacerdotal. Os anos difíceis do Seminário Menor de Verrières (1805-1813) são para ele uma etapa de verdadeiro crescimento humano e espiritual.
No dia seguinte de sua ordenação (a 22 de julho de 1816), com um grupo de colegas sacerdotes vai consagrar-se a Maria, no santuário de Nossa Senhora de Fourvière.
Marcelino é enviado como coadjutor na paróquia de La Valla. A visita aos doentes, a catequese das crianças, o atendimento aos pobres, o acompanhamento da vida cristã das famílias, são as atividades do seu ministério. A assistência a um adolescente de 17 anos, às portas da morte e sem conhecer Deus, o perturba profundamente, impelindo-o a executar logo o seu projeto.
A 2 de janeiro de 1817, apenas a 6 meses de sua chegada a La Valla, Marcelino, o jovem coadjutor de 27 anos, reúne seus dois primeiros discípulos: a Congregação dos Pequenos Irmãos de Maria, ou Irmãos Maristas, nasce.
Marcelino forma seus Irmãos, preparando-os para a missão de professores, de catequistas, de educadores dos jovens.
As dificuldades são numerosas. O clero em geral não compreende o projeto desse jovem padre inexperiente e sem recursos. Mas as populações rurais não cessam de pedir Irmãos para garantir a instrução cristã das crianças.
Marcelino e seus Irmãos constroem uma sua nova casa para abrigar mais de cem pessoas e que levará o nome de “Nossa Senhora de l’Hermitage “.
Bem consciente de suas limitações, conta apenas com Deus e a proteção de Maria, a “Boa Mãe”. Sua grande humildade, seu senso profundo da presença de Deus, fazem-lhe superar, com muita paz interior, as numerosas provações.
Marcelino inculca a seus discípulos o respeito, o amor às crianças, a atenção aos mais pobres. A presença prolongada entre os jovens, a simplicidade, o espírito de família, o amor ao trabalho, o amor Maria, a “Boa Mãe”, são os pontos principais da sua ação educativa.
A doença prevalece sobre sua robusta constituição. Esgotado pelo trabalho, morre aos 51 anos de idade, a 6 de junho de 1840, deixando aos seus Irmãos esta mensagem: “Que haja entre vocês um só coração e um só espírito! Que se possa dizer dos Irmãozinhos de Maria como dos primeiros cristãos: Vejam como eles se amam”.